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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Sem sentido

Será que eu falei o que ninguém dizia? Será que eu escutei o que ninguém ouvia?
E de repente, quando acho que as coisas se encaixaram novamente, que o vento havia levado tudo de ruim que em mim havia, e que com a mudança das estações, as mudanças em mim se fariam evidentes, o vento resolve soprar contra novamente.
Mas só que quando eu me toquei estava tudo tão estranho, o rosto que refletia o espelho todas as manhãs já não era o mesmo, as minhas feições já não eram as mesmas, tudo mudou, o mundo mudou e eu não quis perceber, quem eu mais desejei que mudasse, e que por mil vezes achei que havia mudado, foi o único que não mudou, não com as estações, não como as pessoas em torno de mim mudaram, não como eu mudei, e quando eu achei que havia encontrado a luz na escuridão que tanto eu busquei, que minhas esperanças haviam se restaurado, era tudo alarme falso, a luz era apenas uma ilusão de ótica, que me fez tirar os pés do chão, correr em seu encontro, pra novamente me machucar, sonhar, apenas sonhei, foi isso, não passou de um sonho, que eu por vezes acreditei infantilmente ser real, não, era tudo irreal, era apenas mais um sonho que não se tornaria real, eu acordaria, o mundo estaria me esperando, as pessoas mudando, as estações mudando, o mundo girando, e eu estive parada, presa em algo que não era real, algo fruto da minha imaginação, que me iludiu, me fez sofrer, me fez acreditar em coisas boas que não passaram de meros fantoches. Céus, como pude? Como pude acreditar em algo que eu devia saber, não era concreto.
Tudo que eu fiz nesse tempo que passei sonhando foi tentar acreditar nas pessoas, piamente, acreditei, mas agora vejo que foi tudo em vão, que apostei minhas fichas nas pessoas erradas, nas horas mais erradas ainda, agora estou aqui, novamente me lamentando, giro em torno de lamentações, quando na verdade tudo que eu mais queria era cessar essas malditas e insanas lamentações, queria poder transmitir aqui boas vibrações, mas não consigo, tudo que eu consigo fazer é lamentar-me. O tempo, as conseqüências, me tornaram um pessoa em demasia rígida, não acredito em praticamente nada, e acredito menos ainda em pessoas, elas são as que mais devemos cuidar, nunca sabemos quando tais vão fazer algo de fato estúpido, quando vão nos fazer sonhar e nos derrubar num passe de mágica, sim, eu me tornei uma pessoa descrente, eu não tenho em que e muito menos no que acreditar, mas sei do que devo desconfiar, sei do que tenho que me cuidar, conheço meus medos e limitações, e sei, que em hipótese alguma devo acreditar no primeiro que vier me vender sonhos falsos, feitos de areia, que se vão com o vento, não, eu não quero construir mais uma vez sonhos de areia, eu quero o que é real, não sei onde nem como vou conseguir, não sei quem vai me fazer crer novamente, mas sei que um dia eu vou conseguir me tornar alguém menos rígida e mais crente, só preciso de algo, ou alguém que me renove, a cada manhã. 

Um comentário:

  1. descreveste com clareza o que sinto também! por isso imploro nada de sonhos de areia!! queremos o real, o verdadeiro, nada de felicidade teatral!

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