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quinta-feira, 31 de março de 2011

De volta

 O outono continua sem você aqui. As folhas amareladas não cessam sua queda, o horizonte enevoado ao amanhecer permanece. Há pouca vida aqui. Você já está de volta? O sol aquece o dia, mas a noite é fria e o escuro vazio me consome. As lágrimas não se dêtem e não consigo mais esconder a dor que sinto. Meu espírito viaja por vielas estreitas de lugares desconhecidos, me sinto tão só. Onde está você agora? Parece que estou fugindo de algo, mas o quê?  Meu mundo gira devagar.
 Você já está aqui? Venha me trazer o seu abraço quente, diga palavras doces em meus ouvidos, me olhe nos olhos e me faça sentir que está tudo bem, que estou protegida! Você ja está de volta?
           Esse outono de sua ausência me transforma em uma simples mortal. Preciso do seu respirar para continuar viva! Você já está...

                                        (Suzana Magro; Poeta)

quarta-feira, 30 de março de 2011

Machuquei à mim mesma

É como se eu usasse uma máscara, na maior parte do tempo, como se minha  vida fosse uma peça de teatro... Onde toda vez que perguntam  se estou bem, eu respondo sim, sorrio chorando e finjo estar de fato bem, quando na verdade os demônios que habitam em mim gritam; você não está bem!
Isso acontece a tanto tempo que se tornou algo corriqueiro, fazia parte do meu cotidiano e eu nem me importava mais com meu bem estar, ajudava todo mundo, sempre quis ver todo mundo feliz, sem me importar em saber se eu estava feliz. E essa irrelevância acabou me machucando violentamente, é como se a máscara que eu usei durante tanto tempo, houvesse caído, aqui, agora. Como se eu não conseguisse mais dominar esses mesmos demônios que por anos dominei tão bem, é como se eles me dissessem; ‘você vai pagar caro por ter nos dominado a tanto tempo’.
Agora me encontro aqui, mais uma vez me lamentando, clamando por uma felicidade que nunca tive, uma paz que nunca encontrei, esperando que esse temporal maldito que me persegue a tanto tempo, cesse de uma vez por todas, para que assim eu possa ver o arco-íris que tanto sonho...


                            (ouvindo: Hurt - Johnny Cash)

domingo, 27 de março de 2011

Vou procurar, eu vou até o fim...

Talvez seja pedir demais, mas o fato é que eu ainda sonho com dias de sol, de alegria, sonho com o dia em que vou encontrar alguém que faça minhas mãos suarem, minhas pernas tremerem e meu coração acelerar.
Nunca tive pressa, nunca quis acelerar esse processo, nunca quis me ferir, e tampouco ferir alguém, e apesar dessa cautela toda, me feri e feri pessoas queridas, por vezes.
Não busco a pessoa mais perfeita do mundo, mas aquela que vai fazer do meu mundo o mais perfeito. Não quero alguém que me entenda, apenas quero alguém me aceite, e mais que isso, que me acrescente! Alguém que me faça rir, que questione, que compreenda, alguém que me mostre que o amor existe sim, e ele se encontra nos recônditos dos pequenos momentos. Um alguém que tenha conteúdo e não aparência, essa história de atitudes provam não existe, palavras me encantam, um sorriso sincero é capaz de fazer meu mundo parar.
Sou uma espécie de amante à moda antiga, do tipo que gostaria de receber flores e um cartão, não quero nada material, não quero um amor de primavera que sempre acaba no verão, quero uma relação intensa, e bela, que se faça de detalhes, afinal é nos detalhes que se encontra a beleza como um todo. Atitudes simples como um abraço apertado e um beijo carinhoso podem apenas concretizar o momento e então reforçar, e não ‘provar’ que o amor existe sim, e está ali...
‘Eu acredito na beleza dos meus sonhos!’
E de que valeria a vida se não sonhássemos? É de graça e ainda pode se tornar real... Então enquanto eu estiver viva sonharei, e quem sabe encontrarei o que tanto procurei, quem sabe daqui algum tempo eu torne a escrever nessas mal traçadas linhas verbos já conjugados, eu sonhei e encontrei!
Vou procurar, eu vou até o fim! E só enquanto eu respirar eu vou permanecer sonhando e quem sabe até, realizando...


                                                                        (Ler ouvindo: Simple Man - Lynyrd Skynyrd)

sexta-feira, 25 de março de 2011

Gostei;

Gostei de você, assim como as borboletas gostam dos jardins, eu gostei de você, assim como quem gosta sorrindo. Gostei, como gostei. Gostei como as flores gostam da primavera e as folhas do outono, eu gostei, gostei como quem gosta e não quer nada em troca, gostei como quem gosta de um sorriso de gratidão. Eu gostei como uma criança gosta de seu novo brinquedo, ah! Eu gostei! Gostei como gosto da brisa leve que toca o meu rosto e toma posse do meu corpo me trazendo boas vibrações e sensações, embora passageiras, sim, eu gostei! Mas sabe qual a diferença, a sutil diferença entre gostar e amar? É que gostar, pode-se gostar sozinho, no seu cantinho, sem ninguém nem perceber, e amar, se ama à dois, grita-se ao mundo e se é feliz, por isso este tempo todo estive ao seu lado gostando, gostando como quem gosta sozinha à dois.

a tempestade explode nos olhos dela...

e a fagulha que faltava pra explosão foi gerada, e tudo foi pelos ares.
Não, eu não vou desistir, a última coisa que penso é em desistir, mas também não vou tentar, me faltam motivos pra tentar, apenas sigo, sem saber o que fazer, como agir, preciso de abrigo, mas estou andando em círculos e tudo que encontro são pequenas porções de alegria instantânea, que dura três minutos e acaba. Como diria Clarice Lispector, queria uma alegria inventada, algo surreal, que não tem nome, procuro, e tudo que acho não passam de alguns meros fantoches, que me fazem feliz por apenas alguns momentos. 
Queria ser menos intensa, talvez esse seja meu pior defeito, mas também a maior virtude, eu não sei viver de metades, de meios-termos, eu quero mais, sempre mais, não consigo viver cada momento apenas por viver, eu vivo intensamente, a fundo, querendo sempre tirar o que de melhor há nele, assim como nas dores e angústias, o que podia não passar de um momento de raiva, acaba se tornando um bom motivo pra querer desistir, e aí se encontra o meu desespero, mas sempre há algo ou alguma coisa que me diz que devo seguir em frente, a palavra superar se tornou indispensável e essencial em meu dicionário, supero, todo dia, e sigo superando desde o momento em que acordo até o momento em que durmo, e esse é meu ciclo vicioso, que ora me faz bem, ora me corrói, por inteira, e me deixa no chão, em desespero, sem saber o que fazer. A parte boa disso tudo é que eu sei que posso ser superior à tudo, e apesar de todas as circunstâncias, sorrir, mesmo quando minha vontade é chorar, mas prefiro sorrir e fingir que está tudo bem, mesmo quando a tempestade está estampada em meus olhos, mesmo quando acho que devo desistir, não desisto, apenas, sorrio.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Pequeno desabafo, bem pequeno.

Bem, faz tempo que não posto, não por falta de tempo, e sim de vontade, tanta coisa vem acontecendo, um dia acordo feliz, irradiando alegria, e no outro, não tenho nem vontade de sair da cama, e os dias assim prevalecem, hoje, por exemplo, é um deles, estou cansada, cansada de buscar o que não encontro, cansada de nadar e morrer na praia, absurdamente cansada. Vou postar algo mais específico outro dia, quem sabe até alegre, enfim, ninguém lê isso aqui mesmo.

sexta-feira, 4 de março de 2011

O Teu amor me libertou...




Magnifico, Santo Pai
Eu maravilho-me com tudo que vejo
Com todas as coisas que Tu criastes
Mas ainda assim escolhestes pensar em mim


Quem sou eu para que sacrificasses
Sua própria vida para me libertar?
A única coisa que posso Te dar
É a vida que Você deu para mim


Esta é a minha oferenda, amado Senhor
Esta é a minha oferenda para Ti, Deus
E eu Te darei minha vida
Porque é tudo o que eu tenho para dar
Porque Tu destes Sua vida por mim


Eu fico diante de Ti neste altar
Tantos te deram mais
Posso não ter muito a oferecer
No entanto, o que tenho é verdadeiramente Seu. 
                     

                           (Offering - Third Day ♫)
                            

terça-feira, 1 de março de 2011

Apenas cinco coisas...

Quero apenas cinco coisas...
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser… sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando.

                                                    (Pablo Neruda)